quarta-feira, 10 de março de 2010

Um estudo com base no interacionismo sociodiscursivo

Existem, atualmente, várias correntes de estudos lingüísticos, dentre elas está o sociointeracionismo que evidencia a língua como um instrumento de interação social, percebendo os gêneros de texto como a realização comunicativa dos textos, que são eventos discursivos.
Entende-se por gêneros textuais os textos encontrados na rotina diária que são concretizados cumprindo propósitos de comunicação entre os membros da comunidade discursiva em que ocorrem, e apresentam estruturas e convenções quanto ao seu aspecto formal e informativo. Já os tipos textuais são construções que apresentam determinadas características lingüísticas comuns entre si e podem ser narrativos, descritivos, expositivos, argumentativos e injuntivos. Os gêneros e os tipos complementam-se na produção do texto, pois os gêneros fazem uso dos tipos para a sua composição.
O aviso é um gênero de texto muito utilizado por todas as comunidades discursivas com o propósito de dar uma informação com eficácia, sendo assim deve ter um texto breve e uma linguagem clara. É um tipo de texto expositivo informativo, pois procura comunicar, informar, noticiar, levar o conhecimento de algo a um membro da comunidade discursiva em que ocorre.
Quanto à sua forma estrutural o aviso poderá se apresentar de diversas formas, algumas mais formais que outras, como estão demonstradas a seguir:

Exemplo 01: Aviso modelo do Manual de Redação da Presidência da República.

O aviso encontrado no Manual de Redação da Presidência da República apresenta uma organização mais formal, seguindo o modelo do padrão ofício, com acréscimo de vocativo, seguido do nome e cargo do destinatário. Deve constar o número do aviso e a sigla do órgão ou setor emitente alinhados à esquerda, bem como o vocativo, o assunto do aviso e a fórmula de respeito. O local e a data devem vir alinhados à direita logo abaixo do número do aviso e a assinatura centralizada ao final do texto. Todas estas características e alinhamentos tem medidas previamente definidas, como vê-se no exemplo abaixo:



EXEMPLO 01


Exemplos 02 e 03: Avisos encontrados na Universidade do Estado da Bahia – Departamento de Ciências Humanas e Tecnologia – Campus XIX – Camaçari.




EXEMPLO 02





EXEMPLO 03



No segundo exemplo apresentado pode-se perceber uma certa formalidade na estrutura, porém com ausência do numero do aviso e da sigla do órgão emitente, e com distinções no que se refere ao alinhamento e localização de elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais quando comparado com o exemplo nº 01, considerado como uma espécie de padrão.
Já no terceiro exemplo existe uma informalidade quanto à forma de apresentação do aviso, onde não existem elementos pré-textuais e pós-textuais, apenas um texto informando sobre determinado assunto, sem indicar o destinatário.
Ambos avisos ocorrem numa mesma comunidade discursiva, e, apesar das diferenças nas suas características, conseguem transmitir a informação desejada com eficácia.

3 comentários:

  1. No terceiro caso, o título AVISO pode ser considerado como pré-texto.

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  2. O terceiro texto informa o destinatário, nesse caso toda a comunidade acadêmica, sobretudo os alunos que tem aula com a professora nessa disciplina. O que não está explícito é de onde parte o aviso, isto é, quem é o emissor. Quem elaborou o aviso? Quem assume a responsabilidade pela mensagem contida nele?

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  3. No texto dois há um excesso de informação. É redudante, por exemplo, dizer Centro Acadêmico dos Estudantes, pois pressupõe-se que todo CA é formado por estudantes e se destina a estes. Esse evento no texto provocou uma perda no fluxo da leitura.

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